DESENVOLVIMENTO DE AGENTES CARREADORES DE DROGAS BASEADOS EM NANOTUBOS DE HALOISITA E NANOPARTÍCULAS METÁLICAS



Gabriela Alves Costa
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Éder José Guidelli
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Resumo: Introdução Os nanotubos de haloisita (HNTs) são argilas de ocorrência natural que possuem estruturas nanotubulares e apresentam características de serem bons carregadores de drogas, sendo que sua cavidade vazia funciona como um nanoreservatório para captar agentes químicos ativos. Sua superfície externa é constituída, em sua maioria, por grupos siloxanos, possuindo carga negativa e sua superfície interna é formada por diversos grupos funcionais, possuindo carga positiva. No entanto, não apresentam propriedades ópticas ou magnéticas que permitam que esses nanotubos sejam estimulados fisicamente para controlar a entrega da droga. Nesse contexto, as nanopartículas metálicas apresentam potencial terapêutico e possuem propriedades óticas notórias devido ao fenômeno da ressonância plasmônica. Objetivo O objetivo deste trabalho consiste no uso de nanopartículas metálicas no revestimento dos HNTs com finalidade de aumentar a eficiência no carreamento e liberação de drogas. Método Os HNTs, foram ressuspendidos em uma solução de quitosana (0,1% em peso) para o recobrimento dos mesmos com nanopartículas metálicas. O procedimento para que crescessem bicamadas de nanotubos de haloisita recobertos com a solução de quitosana e nanopartículas metálicas foi feito. As soluções de nanopartículas de prata, ouro e nanobastões de ouro foram utilizadas como recebidas. A quitosana não foi utilizada para a solução de nanobastões de ouro, pois estes já possuem carga positiva. Os HNTs revestidos foram ressuspendidos em uma solução de curcumina e fez-se o procedimento de aplicação de vácuo e nitrogênio três vezes para que o ar fosse retirado do interior dos nanotubos e a curcumina preenchesse sua cavidade vazia. Medidas de absorbância, fluorescência, reflectância e análise termogravimétrica (TGA) foram realizadas. Resultados As bandas de ressonância plasmônica das nanopartículas metálicas puderam ser identificadas no espectro de reflectância das amostras com três bicamadas dos HNTs revestidos com as mesmas, onde os mínimos de reflectância correspondem aos máximos de absorbância, evidenciando que de fato as nanopartículas de prata, ouro e os nanobastões de ouro foram depositados na superfície dos nanotubos de haloisita. Para a verificação da presença da curcumina nas amostras, os espectros de absorbância e fluorescência medidos das mesmas não se apresentaram conclusivos. Portanto, medidas de TGA foram feitas para detectar cada componente nas amostras. Bicamadas de HNTs e nanobastões de ouro apresentaram uma perda de massa de 14,95% a 600°C e, após a adição da curcumina na amostra, a perda de massa a 600°C foi de 15,86%. Portanto, as medidas de TGA indicam a presença da curcumina nas amostras. Conclusão A técnica para o crescimento de bicamadas de nanopartículas metálicas sobre os HNTs apresentou-se satisfatória, tendo em vista que o espectro de reflectância das amostras mostrou a banda de ressonância plasmônica característica das mesmas. Por outro lado, a análise termogravimétrica indicou uma maior perda de massa para a amostra em que havia a presença de curcumina, como era esperado. Portanto, os resultados obtidos confirmam a possibilidade do revestimento dos HNTs com nanopartículas metálicas e seu uso para o carreamento de drogas.

Palavras-chave: Nanotubos de Haloisita, Nanopartículas, Prata

Edição: Vol. 2 - Núm. 3 | DOI: 10.5281/zenodo.7320352


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