Utilização do super-herói Thor para problematização e motivação em uma atividade no ensino remoto

DOI: 10.5281/zenodo.5707559

André Luiz Sartori Gomes
Universidade do Estado de Santa Catarina

Carlos Raphael Rocha
Universidade do Estado de Santa Catarina

Resumo simples publicado nos anais do I Congresso Brasileiro de Física: Inúmeras metodologias buscam atrelar o interesse dos alunos nas aulas à resolução de um problema, para considerar relevante dominar determinado conteúdo. A manutenção deste interesse ao longo das aulas é um grande problema enfrentado no ensino de física atualmente que, somado ao advento da pandemia de COVID-19 e ao início do ensino remoto, fez com que esse problema fosse ainda mais acentuado. Com este cenário, viu-se a necessidade de buscar novas estratégias para resgatar o interesse dos alunos. O universo compartilhado criado pela Marvel Studios promoveu uma interação entre seus heróis e o lançamento de filmes e de séries de grande sucesso fez com que os heróis se tornassem populares, além de fazer parte da cultura audiovisual de muitos jovens. Com base nisso e em trabalhos envolvendo heróis dos quadrinhos, criamos uma atividade para despertar o interesse dos alunos e, por consequência, desenvolver os conhecimentos ao resolver o problema. Para atingir estes objetivos, escolhemos o martelo Mjölnir do super-herói Thor, pois tanto o herói como o martelo possuem propriedades ditas eletromagnéticas. Particularmente, o martelo Mjölnir age como uma espécie de capacitor. A atividade foi realizada em duas aulas remotas de forma síncrona, que foram gravadas e disponibilizadas aos alunos posteriormente para assistirem novamente quando necessário. A primeira aula tinha o intuito de introduzir a história aos alunos que não tinham familiaridade com o herói e seu martelo. A segunda aula tinha o objetivo de fazer um paralelo entre o martelo Mjölnir e um capacitor, por meio do uso de um trecho do filme Vingadores Ultimato (2019), em que o martelo aparece em destaque. Analisando as imagens do filme, aproximou-se o Mjölnir de um capacitor e, com isso, foi possível analisar sua capacitância, por exemplo. Ao final da segunda aula, foi proposto que os alunos fizessem seu próprio Mjölnir e, assim, detalhar seu funcionamento, seus componentes, eventual custo e qual a capacitância, caso efetivamente funcione como um capacitor. A aplicação foi feita em uma turma do segundo semestre de Eletrônica do Instituto Federal Catarinense, em Blumenau/SC, com o instituto preconizando aulas completamente remotas. Ao iniciar a aplicação, dez alunos se fizeram presentes e responderam às questões prontamente, algumas vezes por áudio outras por chat. A professora responsável relatou surpresa com a participação dos alunos na atividade, indicando que despertou um interesse não existente anteriormente. Nas semanas posteriores os alunos enviaram seus trabalhos. Vinte trabalhos foram recebidos para avaliação e em todos se observou o uso do conceito de capacitores de placas planas, inclusive de formas mais complexas como a utilização de materiais dielétricos entre as placas e, capacitores em formato cilíndrico. Além de desenvolver a criatividade e habilidade de aplicar os conceitos físicos a outras situações diferentes das comuns em sala de aula, os alunos foram capazes explicar os mecanismos de carga e descarga do martelo, por exemplo. Os alunos também trouxeram questões referentes aos valores de cada componente do martelo, mostrando que a abordagem é capaz de transcender o âmbito da física.

Palavras-chave: Ensino Remoto; Thor; Mjölnir; Capacitor