IMPLICAÇÕES DA NÃO ABORDAGEM DA FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO EM ENGENHARIA

DOI: 10.5281/zenodo.5707559

Sandilla Santana de Oliveira

Resumo simples publicado nos anais do I Congresso Brasileiro de Física: Os elementos da Física Moderna e Contemporânea (FMC) raramente se fazem presentes no ensino dos cursos de engenharias, fazendo com que conhecimentos, saberes e desenvolvimentos sejam suprimidos da formação do engenheiro. Assim, este texto tem por objetivo discutir as implicações da não abordagem da FMC no ensino em engenharia e, para seu desenvolvimento, optou-se por uma revisão de literatura utilizando as ferramentas de busca dos sites Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online. Foram analisados trabalhos científicos, de livre acesso, que apontam que a FMC tem suas origens no final do século XIX, com o surgimento da Teoria da Relatividade, os Quanta de Plank e o posterior desenvolvimento da Física Quântica, além disso, também indicam que os elementos da FMC têm aplicações cada vez mais presentes no cotidiano da sociedade atual. Os resultados observados na análise de literatura permitem inferir que, no Brasil, poucos são os alunos dos cursos de engenharia que tiveram contato, durante a Educação Básica, com a FMC e são raras as Instituições de Ensino Superior que oferecem tópicos de FMC nos programas curriculares de seus cursos de engenharia, fazendo com que uma gama de conhecimentos, aplicações e potencialidades permaneça desconhecida por boa parte dos alunos. De fato, apesar da presença constante da FMC em nosso dia a dia ainda não há, no Brasil, uma proposta oficial de inserção deste componente curricular nos cursos de engenharia e, as poucas Instituições de Ensino Superior que o oferecem, fazem de maneira superficial e seguindo critérios próprios, dado que não há uma regulamentação para essa abordagem curricular. Devido à engenharia ser considerada uma área tecnológica responsável por grande parte do desenvolvimento da sociedade moderna, onde se espera que o engenheiro seja um sujeito capaz de desenvolver e aprimorar tecnologias em prol dos avanços e transformações sociais, se pode perceber o contato direto da engenharia com a FMC e a necessidade de o engenheiro ser capaz de lidar com esse conhecimento de maneira a contribuir efetivamente para o avanço da sociedade. Dessa forma, se pode afirmar que a exclusão da FMC da grade curricular dos cursos de Engenharia, ou mesmo sua abordagem superficial e pouco significativa, afasta, da formação profissional do engenheiro, competências que possibilitariam sua participação no desenvolvimento e aperfeiçoamento das tecnologias originárias da Física e da Ciência do século XX. Assim, e diante dos dados observados, pode-se concluir que a FMC não está inserida, de maneira proveitosa, no currículo dos cursos de engenharia do Brasil e este cenário mostra uma dificuldade para estes cursos, que caminham mais lentamente, no sentido de um real desenvolvimento tecnológico e industrial, visto que a ciência no campo da engenharia pode não ter as bases sólidas necessárias para fomentar as demandas da sociedade por inovações tecnológicas futuras. Por fim, aponta-se a necessidade de uma modernização do ensino em engenharia, de maneira a trazer os conceitos da FMC para as aulas e estimular sua interdisciplinaridade, fazendo com que o profissional engenheiro tenha uma formação que se adeque às necessidades da sociedade atual.

Palavras-chave: Engenharia; Ensino; FMC; Formação Profissional