EFEITO FARADAY: ENTRE A ATIVIDADE ÓPTICA NATURAL E A TEORIA DOS ELÉTRONS
Bruno César da Silva Matos
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Marcelo Costa de Lima
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Resumo: A revelação do efeito magneto-óptico relatado por Michael Faraday, em 1845, foi uma espécie de "ponto de viragem" na transição da óptica elastodinâmica para a óptica eletromagnética, pois foi a primeira evidência da interação entre a luz e o magnetismo. Por ser um fenômeno de atividade óptica induzida magneticamente, seu tratamento teórico inicial seguiu uma abordagem semelhante à da atividade óptica natural, que se baseou, na primeira metade do século XIX, nas obras de Biot, Fresnel e MacCullagh. Tal fenômeno também abriu a possibilidade de um programa teórico unificador da ótica e do eletromagnetismo, por parte daqueles inspirados pelas idéias de Faraday. Tal incorporação do efeito Faraday no esquema teórico da unificação eletromagnética, particularmente na teoria eletromagnética da luz, não ocorreu de forma obrigatória e natural, e não foi consumada de forma satisfatória no trabalho de Maxwell. As descobertas dos efeitos Kerr e Hall levaram os físicos em busca da separação entre o que vem do éter ("campo") e o que vem dos constituintes da matéria, culminando com a teoria iônica. Portanto, o efeito Faraday poderia ser modelado em harmonia com a teoria eletromagnética da luz. Dos trabalhos de Drude, destacamos dois modelos que poderiam, até certo ponto, explicar os efeitos magneto-ópticos. Como resultado da eminência dos elétrons à frente das novas descobertas no final do século XIX, como íon fundamental da eletricidade, houve uma depuração de um dos mecanismos de Drude. O que sobreviveu a isso, em nossos dias, é a descrição do efeito Faraday nos meios dielétricos, em termos da teoria dos elétrons de Lorentz.
Palavras-chave: birrefringência circular; atividade óptica natural; atividade óptica magnética; hipótese iônica; elétron.
Edição: Vol. 2 - Núm. 3 | DOI: 10.5281/zenodo.7320352




